segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Pingos nos ís! Quem é quem?




PINGO NOS ÍS é título para evidenciar a indagação: Quem é quem? Parece que as minhas fotos profissionais e de pesquisador, do uso da minha auto-imagem está causando dúvidas sobre o projeto. Então vamos lá para algumas explicações afim de que alguns paradigmas se tornem mais claros e evidentes - se já não estão.

Este é um projeto de relação: Etnologo Cineasta (pesquisador de campo) E OS Quilombos. Não é só sobre os Quilombos e dos Quilombos e também não é só do pesquisador - como em parte no momento se apresenta por uma questão de periodização e etapas do programa de pesquisa, é colaborativo e não ilustrativo, o campo é quem vai trazer este conteúdo que alguns esperam, sem perceber o processo. Isto é muito importante para a compreensão do projeto, dos seus objetivos e metodologias.
O uso da primeira pessoa no blog como extensão do CADERNO DE CAMPO faz parte da descrição do pesquisador, da reflexão do desvendar e da motivação do conhecer do pesquisador em relação à Comunidade. Mas quem, este pesquisador, que escreve esse blog tem qual "imagem". É um branco? É um oriental? É um negro? É um brasileiro com diversas influências etnicas? Quem é? E de repente se perguntam os quilombolas (os objetos-sujeitos da pesquisa): "Para quem vou contar sobre a trajetória da minha comunidade e minha história de vida? Com quem vamos fazer parcerias se perguntam as ONGS? Com quem vamos fazer algum incentivo - por exemplo de facilitação ao acesso com a Comunidade, perguntam os agentes do Governo, do ITESP?
Justamente em resposta a estes questionamentos é que este blog também é espaço de veiculação de imagem do pesquisador, do etnologo cineasta estudante.



--> Vamos lá! Blog circulando e a comunidade interpretativa participando, mas ora por enquanto apenas via e-mail ou em encontros presenciais e isso tem que melhorar. Poucos comentários no blog e a participação no ciberespaço ainda está ocorrendo apenas por meio de contato pessoal, e não em posts em redes sociais abertas. Por conta disso, este projeto atua também no aumento do número de participantes e colaboradores ao formular estratégias de participação e atuação. Fica o alerta: Pesquisadores e leitores, vamos participar, a comunidade interpretativa dá continuidade as problemáticas e ações!
De modo geral a pesquisa tem tido boa receptividade, mas uma das respostas que tive no momento, mais especificamente de dois pesquisadores da comunicação dispertou maior atenção em indagações do tipo: "no blog do seu projeto tem muita foto sua! ...tem muito de você lá, e o que importa é a comunidade...a sua autoria está sobresaindo sobre o que você está pesquisando".
Este projeto de pesquisa tem total e plena consciência, atua e é uma de suas bandeiras inclusive, em ser um processo de construção de relação, de criar vínculos e produzir conteúdos via as mídias digitias para a sociedade em um processo de trocas e afirmativo. Trata-se de um contínuo trabalho de janela e espelho em uma estrutura hipertextual e hibrida, mas sem esquecer de seu víes colaborativo e construtivo que parte como uma pesquisa de mestrado da Universidade, embasado em teorias pertinentes à disciplina de Iconomia do Prof. Dr Gilson Schwartz, que orienta em "levar a tecnologia digital da Universidade e trabalhar com a Comunidade" na construção de ícones que podem gerar valor, que podem ser revertidos para a comunidade. Paratanto, ter o domínio ferramental tecnológico, via as mídias digitais na construção de informação e linguagem, ao produzir e veicular conteúdos via blog, documentário e IPTV, podem ser um dos caminhos para os quilombolas na afirmação de sua identidade. É em cima disto que o projeto atua, com foco maior na juventude.
No entanto isso só será possível, e para este projeto só é possível dentro de um período de tempo pré-definido, de um programa, este caminho da Universidade para a Comunidade seria e assim o é o seu ponto inicial da ação e contínuo da pesquisa, no mesmo movimento que parte em direção à criação de parcerias com outros agentes de campo, pesquisa e atuação, como Instituições Governamentais - vale lembrar enquanto reforço de registro que os dois encontros do pesquisador com os moradores da Comunidade de quilombo Pedro Cubas situada no município de Eldorado Paulista no Vale do Ribeira, uma presencial na comunidade e outra presencial no Parque da Água Branca no dia 20 de Novembro de 2007 em São Paulo, foram mediados pelo ITESP -Intituto de Terras do Estado de São Paulo.
Estão sendo realizadas aproximações com o ISA - Intituto Sócio Ambiental, ONG que atua com as comunidades dos quilombos, e com o LISA - Laboratório de Imagem e Som da USP (que possibilita acesso a todo repertório de filmes etnográficos e documentários).

A influência do cineasta, do pesquisador, no processo de contrução de imagem ao explorar as funções de linguagens nos meios de criação digitais é algo sabido pelo pesquisador cineasta e que será sábido pela comunidade,priva-se pela transparência, bem como pela participação, na construção daquilo que se pode chamar imagem em reforço da identidade quilombola. Não é o pesquisador que chega na comunidade e produz seu próprio ponto de vista e nem a comunidade que produz o seu próprio de vista (não neste momento, é o que se quer quando se emancipar) e sim é um processo de trocas mútuas em que todos os lados envolvidos ganham, pautado por uma relação ética de compromissos, e convenções, com fases.
Mas que imagem de reforço a identidade será essa? Será um documentário sobre qual assunto em específico? No lugar de documentário, pode ser a criação de um roteiro e a gravação de um filme de ficção que dê conta de expressar os mítos dos quilombos? Em uma encenação dos próprios moradores, enquanto moradores-atores para, por exemplo, contar a história de seus antepassados? Ou pode ser um documentário de cunho mais político, focado na questão de reconhecimento e titulação das terras? São essas questões que, dentre muitas outras, farão parte dos encontros e reuniões do pesquisador com a comunidade, na aplicação de questionários qualitativos, bem como em dinâmicas de grupo / aplicação de oficinas.
Em fevereiro de 2008, nesta presente data deste programa,dentro de uma perspectiva de pesquisa-programa-ação, o projeto se encontra na construção dos vínculos e dos primeiros registros, é importante a exposição dos agentes envolvidos, haja que foi realizada apenas uma visita em campo, local, Semana que vem nova visita prevista e agendada com a Comunidade. E outro encontro já ocorreu aqui em São Paulo.
Nesta troca, neste conhecer, nesta pesquisa de campo em específico, este blog atua explorando os potenciais deste mecanismo, estuda a função de extensão do caderno de campo - por acreditar ser participativo e não meramente ilustrativo, ou seja, nesta etapa e tanto na continuidade da pesquisa, o uso da primeira pessoa, do eu, da parte do pesquisador em relação ao seu objeto-sujeito faz parte do programa, porque afinal de contas este é um projeto de pesquisa com o uso da tecnologia entre seres inteligentes, que pensam, que produzem linguagens, da singularidade que compete às anotações de um indivíduo em outra comunidade, do eu-lírico verbal e não verbal de produção do pesquisador com olhar não local via mídias digitais.
A criação e a construção do vínculo, é um complexo entre contatos presenciais, telefonemas e da ena veiculação de informação com o uso da linguagem verbal em textos autorais produzidos no blog, quanto como em imagens - fotos e vídeos, já produzidos unilateralmente, ou seja, do pesquisador, desta ação-inicial, fase 1, datadas de um primeiro e segundo encontros, e conversar posteriores via telefone.

Em fevereiro, presente data, acredita-se ser hora do pesquisador mostrar as suas competências, bagagens e currículos, e intenções ao agir com ética em uma transparência de pensamentos, na produção de textos, e imagens e também da auto-imagem. Mas como assim? Este é um projeto relacional, de um indíviduo pesquisador com a Comunidade.
Não é da relação de uma ONG com a comunidade, que possivelmente em um ciberespaço, poderiam ter um site oficial com logotipo (que já traria uma perfil político-ideológico) da ONG, uma "missão" ou simplesmente o nome da ONG - extendendo todas essas exposições para idéia de ter uma imagem da ONG, de assumir um ponto de vista, uma ação pré-definida, delineada.



Isto é uma pesquisa de mestrado em Ciências da Comunicão, de um ser pesquisador que faz estudo em uma Instituição Pública de ensino, com orientação, na Universidade de São Paulo, que quer entender e explorar o uso da linguagem comunicacional na sua relação com a sociedade, em específico ao atuar na construção da identidade da comunidade dos quilombos, de forma que a auto-imagem, e auto-referência em fotos e vídeos profissionais e não pessoais (como criticaram alguns), fazem parte desta "misencene" do pesquisador-cineasta com a comunidade na construção da confiança e do vínculo visando o projeto colaborativo.
A "misencene" inevitavelmente ocorre na mediação dos meios, por sinal, é o que atesta Claudine De France - teórica de Antropologia e Cinema em seus livros, e de tantos estudos do cinema - que também vão ser explorados neste projeto, com o uso da câmera em relação ao ser no registro de sua "realidade".

Na capacitação do uso do blog pelos quilombos e na criação de documentário em uma pesquisa-ação este programa dará continuidade a intervenções de inclusão digital agora visando a emancipação digital, com atenção ao pontecial uso deste ferramental como instrumento transformador.
A comunidade de Pedro Cubas fez parte do programa realizado pelo Governo em parceria com ONGs e Universidades - atuação forte da Unicamp, dentro do programa "Quilombos Vivos" em 2007.
O que se prevê é que este blog do pesquisador enfatizado em seu título "etnologocineastaeosquilombos", que também prevê a produção de documentário, de explorar o uso do audiovisual, esteja "linkado" aos blogs que serão produzidos pelos quilombolas, e vice e versa, e assim a produção de conteúdo sobre a comunidade se dará tanto de dentro pra fora - no objetivo do projeto do movimento de emancipação digital da comunidade na produção de seu conteúdo, quanto de fora pra dentro, dos agentes que atuam (Governo, Ongs, Universidades) e que vão continuar atuando com a comunidade, fruto das relações em sociedade.

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